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Anime reviews
Titulo: Steins;Gate
Gênero: Drama
Estúdio: White Fox
Formato: Série de TV / 24 episódios
Ano de produção: 2011
Um grupo de amigos consegue descobrir um modo para enviar mensagens de
texto para o passado com o uso de seu micro-ondas. A morte de uma
garota leva um homem a viajar no tempo inúmeras vezes para mudar
o cruel destino. Mas a cada viagem, eventos inesperados acontecem,
alguns dos quais envolvem a morte irrevogável. Ao mesmo tempo,
uma organização chamada SERN, tenta alcançar
sucesso com o mesmo fenômeno.
Assista ao primeiro episódio e é isso que notará:
um protagonista com a barba por fazer e que dá ênfase a um
intelectualismo surreal no seu modo de falar. O constante tom paranoico
onde ele cita sobre uma misteriosa "Organização"
inexistente, e o fato de arrastar ao redor uma garota moe e um otaku,
talvez faça o ímpeto de desistir de assistir o anime
chegar a níveis ímpares. Mas caso o espectador suporte o
arrebatamento induzido pelo início, será brindado por um
thriller psicológico verdadeiramente cativante.
Trabalhando com a premissa de viagem no tempo, Steins;Gate vem com a
inevitável parcela de conversa pseudocientífica para
justificar a viabilidade de seus mecanismos temporais. Se o espectador
parar para pensar, poderá perceber eventualmente lógicas
falhas ou simplificações para levar o enredo adiante,
todavia... o verniz aplicado à superfície é de boa
qualidade e a faz reluzir de forma satisfatória.
Existem algumas sutilezas não tão sutis como a borboleta
voando no episódio 10 após uma determinada conversa, que
assim implica no efeito borboleta acarretado por ela. Ou no titulo dos
episódios, como o 12 chamado "Dogma na Ergosfera" onde pode
implicar curiosas consequências ocorridas no final do
episódio em questão. Pois o conceito das ergosferas as
faz máquinas onde, em qualquer caso, não se pode viajar
mais além do momento em que se formou o buraco negro a elas
atribuídas. "Apoptose Programado" de outro episódio
também se atém de forma sub-reptícia ao que ocorre
no episódio pois em seu conceito original trata-se de "morte
celular programada".
Sobre os personagens, no fundo a viagem no tempo é mero
catalisador para conduzi-los, mas eles são ao mesmo tempo a
parte mais sublime e ordinária do anime. De forma individual
eles são pungentes em suas idiossincrasias. Poderia se dizer que
a série é sobre um grupo de amigos, alienados da
sociedade em geral, que fazem uma máquina do tempo e como isso
afeta suas vidas e relacionamentos.
Vale a pena assistir 24 episódios por isso? Possivelmente sim. O
Okabe e a Makise, em particular, são personagens individualmente
inexpressivos. Mas em conjunto estes dois personagens têm uma
química real. Suas brigas são genuinamente divertidas e
seus momentos íntimos são genuinamente comoventes.
É nestas coisas que cada personagem se torna digno de nota.
Em alguns animes, uma amiga de infância pode ser tão
clichê como uma tsundere mas através das
interações entre a Mayuri e o Okabe, o que eles falam e
até mesmo a forma como eles se olham, o fato de serem amigos de
infância significa realmente alguma coisa.
Todavia, tudo isso não vem sem um preço. O suave
acúmulo de caracterização é eficaz, mas
é algo lento. O espectador terá que ter paciência
até a metade do anime antes que seu ritmo se acelere e afaste o
eventual sono que venha a lhe assombrar até então.
Steins;Gate tem boa coesão entre enredo e personagens, o que faz dele um anime com qualidade acima da média. |
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